31.5.07

Salsicha ou perna de rã?

Quem conhece Toronto sabe que bastou esquentar para os carrinhos de cachorro-quente se multiplicarem pelas ruas da cidade. O que muitos não sabiam – incluindo esta que escreve – é que o fato de apenas haver barraquinhas da famosa iguaria na cidade é resultado de legislação provincial.

Justamente por isso teve início ontem, na prefeitura de Toronto, a luta política por trazer uma maior variedade de “comida” vendida em barraquinhas pelas ruas da cidade. Até coletiva de imprensa John Filion (o city councillor e membro do conselho de saúde) realizou na prefeitura para promover sua “plataforma” de inclusão gastronômica por assim dizer.

Na ocasião da coletiva dois conhecidos e renomados chefes de cozinha realizaram e ofereceram um tradicional prato de Singapura composto de arroz, ervas, vegetais e perna de rã assada que, segundo os chefes, poderia ser vendido nas ruas também. Tudo para provar que em uma cidade tão multicultural como Toronto a “comida” de rua precisa ir além do dogão. “Quantos turistas voltam para casa e dizem aos seus familiares e amigos: Você precisa experimentar o cachorro-quente de Toronto!”, argumentou John Filion.


Se a legislação de alimentos na províncea de Ontario mudar, no verão de 2008 poderemos encontrar as perninhas de sapo assada pelas barraquinhas também. Conheço muita gente que mesmo nunca tendo comido um dogão de carrinho (ai que delícia!) faria campanha para que as perninhas de rã não ganhassem as ruas de qualquer cidade, apesar da pobre da rã oferecer uma carne saborosa.
Eu, na qualidade assumida de boa de garfo, aprovo a convivência pacífica entre o dogão e a rã sem problema!

E você acredita que o que é vendido nas ruas de uma cidade reflete sua cultura?

29.5.07

A China é aqui!

Deus abençoe os Chineses!

Começo este texto de hoje homenageando este povo – e aqueles que dele descendem - de cultura e sabedoria milenares só para não perder o hábito de usar o meu bordão (que surgiu há anos no Brasil e usava sempre após uma saborosa refeição japonesa! Yummy!) agora transportado para os inventores do papel.


Deus os abençoe e que eles continuem imigrando em massa e continuem operando seus restaurantes em cidades como Toronto! Tá bom, sei que nem todos os lugares chineses do mundo são os melhores para se comer mas espere até você entrar no Congee Queen!
Uma vez que você, amante das iguarias chinesas, entrar lá vai querer voltar com bastante frequencia!

Na sexta-feira antes do feriado que passou, fomos jantar com nossos amigos, vizinhos e consultores para assuntos de locais e serviços com "óootema relação custo-benefício" Liliane e Rafael e aprovamos a pedida!
Além de um ambiente aconchegante e até um pouco sofisticado de ser, o restaurante oferece uma saborosíssima comida à INACREDITÁVEIS preços !!!

O nosso jantar para 4 pessoas (eu e o Mauricio tomamos cerveja e tudo) ficou na bagatela de 40 doletas! Inacreditável pelo que o restaurante oferece!
E antes que alguém queira saber se comemos um dos patinhos assados pendurados na vitrine do local, digo que desta vez fomos nas indicações de quem já conhecia o restaurante e comemos muito bem, além de ter experimentado a tradicional sopa chinesa à base de arroz carinhosamente apelidada pela Liliane de sopa de doente.

Mas os patinhos pendurados que nos aguardem que ainda vamos voltar várias vezes para o Congee Queen!

25.5.07

Para refletir - artigo extraído do Toronto Star de 24 de maio

Não costumo fazer isso por aqui (reproduzir artigos dos jornais de Toronto na íntegra e em inglês). Entretanto, o artigo abaixo (peço desculpas aos familiares que não entendem inglês) trata, na minha opinião, de uma das mais importantes e críticas situações que fatalmente fará parte da vida do imigrante logo na sua chegada por aqui - Recomeçar profissionalmente não somente em hierarquia mas também em salário.

Aí há dois cenários possíveis:

1- Você atua em áreas técnicas em alta demanda como TI (tecnologia da informação), Telecom (desenvolvimento de software, hardware, etc)e logo arruma emprego na sua área (foi o caso do meu marido graças ao bom deus e ao nosso planejamento que já previa isso) mas mesmo assim o primeiro emprego ainda não paga o seu real valor de mercado.

2- Você, como eu e tantos outros que conheço por aqui, atua em áreas de menor demanda e mais "humanas" e passa por todos os cursos do governo, co-ops (estou no último mês do meu), trabalha de graça e tantas mais para provar para o empregador Canadense que você é capaz de fazer exatamente o que fazia no seu país de origem por aqui (meu caso).
Isso para citar os melhores cenários que é o que temos visto por aqui na qualificada amostra de brasileiros ao nosso redor!

Muitos me perguntam se isso tudo vale à pena e a resposta de um milhão de dólares é -Cada um sabe de si. No nosso caso digo que valeu e tem valido muito sim! Pois embora estejamos no caminho certo atuando nas mesmas áreas em que atuávamos no Brasil (meu marido telecom e eu assessoria de imprensa) isso tem sido uma consequência da luta diária por aqui pois o fator principal mesmo da mudança e que justifica tudo isso sempre foi e vai continuar sendo a qualidade de vida (e isso há de sobra por aqui!).


Agora para aqueles que se incomodariam (ou até mesmo não teriam reserva suficiente para segurar meses de trabalho gratuito, etc)com este começo de desapegos, sacrifícios e retrocessos é bom fazer uma excelente preparação emocional que a rapadura é doce mas não é mole não!

Boa leitura e ótimo fim de semana!

Helping newcomers overcome barriers

Janis Foord Kirk - Toronto Star

May 24, 2007

Theresa McPherson has mustered all her energy to reinvent herself for life in Canada since emigrating from Jamaica in 2004.

“It takes a winning spirit, I believe. A lot of people allow the rejections to get them down. They allow negative thoughts and negative people to steal their energy when they need it to fight this game, to get into the workplace. And it is a fight, you need all the energy that you can muster.”

So says Theresa McPherson, who has mustered all her energy to reinvent herself for life in Canada since emigrating from Jamaica in 2004.

My last column on April 21, “ Canada a struggle for many newcomers,” examined the barriers internationally educated immigrants like McPherson encounter as they look for work. Today, a closer look at what they can do to overcome these barriers.

McPherson agreed to share her story and add her advice to the counsel that follows if I agreed to protect her privacy by changing her name.

Preparation : “As any new immigrant does before coming here, I did a lot of research,” says McPherson.

“I'd never lived here, spent any extended time here. So I tried to learn everything I could to prepare myself.”

Contrary to what McPherson believes, says Rhonda Singer, president of the Progress Career Planning Institute in Scarborough, professionals who move to Canada don't always prepare as well as they could.

“We researched to find out where these professionals got their information before coming to Canada ,” Singer says. “And we discovered that the number one source is friends and family.”

The problem with this, she adds, is “friends and family are not up-to-date on the Canadian labour market.”

Researching Canada from afar has never been easier, thanks to a vast reservoir of online information. Citizenship and Immigration Canada's website (cic.gc.ca), for example, includes a step-by-step Newcomer's Guide at cic.gc.ca/english/new comer/guide/index.html.

However, online research will only do so much. If possible, Singer says, professionals considering a move to Canada are wise to visit the city in which they hope to live. “Try to make some connections in your professional association,” she advises. “Gather as much information as you can and take it home with you to absorb later.”

Another reason to visit, according to Josh Frohwein, who says he interviewed hundreds of immigrants while working as a recruiter, is to “find out if you can handle our famous Canadian winters, especially if you come from a hot country where you have never seen snow,” he writes. “You may find that Canada is not for you, but it's better to learn it by way of a vacation.”

Community Resources : Literally hundreds of community service agencies specialize in helping new settlers. For a list of some of them, go to cic.gc.ca/ english/newcomer/welcome/ wel-20e.html.

Many who work in these agencies are immigrants themselves. They provide counselling, workshops and access to computers as well as referrals to language training, credential assessment, mentor programs and employment services.

They also offer moral support. “When I was at my lowest, feeling so dejected and rejected, they would call me or email me,” McPherson recalls. “It meant a lot, having people say, ‘You can do it'.”

Realistic Expectations : Despite published projections of skills shortages, Canada 's labour market is highly competitive and it takes time to find a good job.

“It can be hard for Canadians to find work,” Singer points out. “I know senior people, professionals, who take six months to a year, and they at least understand the system, know the associations and have some sort of framework.”

It's also true, Frohwein notes, that “no experience, no job” is a common refrain in the Canadian workplace.

Everyone starting out hears it, he says, even those born and raised here.

Patience : Prepare for a lengthy transition process, advises Daisy Wright, author of No Canadian Experience, eh? (WCS Publishers) nocanadianexperience- eh.com.

People like McPherson, “who take advantage of all available resources, who have goals and a sense of how to get there and who persevere, usually find their way in two years,” says Wright, a career specialist and an immigrant herself.

And it can take longer, she acknowledges, for immigrants who have to learn the language or who find themselves in a prolonged certification process.

Attitude : “At first, I was angry and disappointed,” says Mc- Pherson, of her early days in Canada when no one seemed willing to give her a chance. “But then I stepped back and realized that pushing back on the system would not get me anywhere, because the system was not going to yield to me. I realized that I had to get inside the circle and understand the system to move ahead. And that's exactly what I did.”

Survival Jobs : Getting inside the circle, as McPherson calls it, often means taking what's known as a “survival job.”

“Since I couldn't get in at my level, I took an entry level job in a retail telecom store,” she explains. “I walked in, asked if they were hiring, met the manager and in a week I had the job. I stayed there for nine months, because I realized that there was something I had to learn.”

Among the lessons learned, she says, was an understanding of the social niceties that dictate the success or failure of workplace relationships, a clear sense of Canadian consumers and how business is done in this country. “It's a whole different ball game than I was used to,” she admits.

The Experience Advantage : One problem with survival jobs, Singer says, is “that once you have positioned yourself at the low level, it's very hard to build your way back up.”

McPherson has seen this first hand. “I know people who've taken a survival job and become stuck,” she says.

“You're afraid to let go of what you have. You start to figure that this is all you can do. Your self esteem drops and drives out all the ambition you came here with.

“I didn't have any intention of doing that,” she adds, emphatically. “Once I learned what I needed to learn, I quit my job. I was unemployed for five months. But this time the responses were completely different. I got calls from employers because I had some experience with a reputable company. “I learned that once you add some Canadian experience to your resumé, doors will open.”

McPherson is now an immigrant success story. She works as a business development officer with “a fantastic organization,” she says. “I love it, although it's still not at the level I should be, given my background. But now I'm on the inside looking out.”

In my next column: Helping and welcoming internationally educated professionals.

Janis Foord Kirk is a public speaker and author of Survivability, Career Strategies for the New World of work. Write to her c/o Business, the Toronto Star, 1 Yonge Street, M5E 1E6 . E-mail: janis@survivability.net

24.5.07

Projeto BRASIL MOSTRA TUA CARA

Saber quantos brasileiros estão vivendo na província de Ontario. Este é o objetivo do estudo que está sendo realizado através da University of Western Ontario e coordenado pelo Centro de Informação Comunitária Brasil Angola.

O projeto chama-se BRASIL MOSTRA TUA CARA e visa coletar informações sobre os brasileiros que moram na província de Ontário. O motivo da pesquisa é que até hoje não se tem nenhuma informação clara sobre quantos somos, onde moramos, o que fazemos, etc.

Portanto, se você mora na província de Ontario ou conhece alguém que mora mande um e-mail para seu amigo e fale desse projeto. O objetivo é coletar no mínimo 1000 participantes.

Saiba mais sobre o projeto clicando neste link:
http://centrobrasilangola.org/brasilmostratuacara/chamada.asp

Eu já fiz a minha parte respondendo a pesquisa e reproduzindo a divulgação por aqui. Colabore você também!

23.5.07

Viagem à Ottawa e o presente da Rainha




Segunda que passou foi feriado nacional no Canadá em comemoração ao aniversário da Rainha e lá fomos nós para Ottawa à convite dos nossos amigos e vizinhos Liliane e Rafael (ótima pedida casal! Adoramos viajar com vocês!).

Em oito meses de Canadá, esta foi a nossa primeira viagem pelo país que resolvemos chamar de casa e depois de tanta ralação e tensão (eu principalmente estou em um momento de transição do trabalho de graça (co-op) para o possível primeiro salário. Aguardem próximos capítulos) ter Ottawa linda aos nossos pés debaixo de dias cheios de sol e rodeados de tulipas é o que eu poço chamar de um verdadeiro presente dos deuses!

Agora presente mesmo nos deu a Rainha Elizabeth. Sim, ela mesma. Como estávamos visitando o Parlamento Canadense exatamente no dia em que o país comemora seu aniversário, ela permitiu que todos os visitantes daquele dia fotografassem a biblioteca do Senado! Se você é como eu que não pode ver um livro que pira e ama uma biblioteca então vai entender o meu êxtase quando entrei lá! Para mim a biblioteca é o auge da visita ao Parlamento mas todo o resto vale muito à pena também.

Outra diversão à parte da viagem foi que ficamos hospedados em um Holiday Inn em Gatineau (na províncea de Quebec à 2.5 km do centro de Ottawa em Ontário) e a todo momento atravessávamos a fronteira entre as duas provínceas.

É surreal como a gente cruza a fronteira e estamos em outro "país", outro idioma, outra cultura e tudo. Aí aproveitamos para comer nos bistros e restaurantes totalmente influenciados pela cultura francesa para sofrimento do pobre do Maurício – único de nós que não fala francês – e das garçonetes. Deixamos as pobres loucas pois eu, o Rafael e a Liliane falávamos em francês, elas respondiam e aí vinha o Maurício falava em inglês e elas voltavam em inglês.

Nos divertimos muito com o troca-troca do idioma e com o figura do meu Marido. Aí para compensar o Maurício fomos visitar o Museu de Guerra (justamente no único dia nublado e chuvoso do feriado) que ele tanto queria ver. O meu marido ama história de guerra, lê tudo e parecia uma criança naquele gigante museu! Jesus! Passamos 4 horas lá dentro para andar os 4 pavilhões e saí de lá zonza de tanta informação.

Para quem gosta de história e principalmente história das guerras do mundo o museu vale muito à pena, é bem interativo e tem muito arsenal. Até o carro do Hitler apreendido pelo exército Americano está lá.

O Rideau Hall (residência da Governadora Geral do Canadá) também é um passeio muito interessante. Só os jardins com mais de 10 mil árvores (muitas delas plantadas por políticos do mundo todo. Até o FHC plantou árvore lá) em torno da residência valem o passeio mas também entramos na residência da Governadora em um tour (de graça) muito interessante.

Além de termos passados dias agradáveis com nossos amigos, voltamos para casa com um conhecimento muito maior sobre a história e o funcionamento do sistema político Candense. Amei!

E esta foi a viagem das curiosas coincidências. Na ida, ao pararmos na estrada para o café da manhã, encontramos a Ana Célia, o Alessandro e o Henrique no Tim Hortons. No jantar, no mesmo sábado, eis que estamos sentando em uma das duzentas mesas do MarketPlace no centro de Ottawa e ao mesmo tempo sentam ao nosso lado os nossos vizinhos Luci e Rogerio e Carol e Fernando. Eita mundão de deus pequeno! Eita feriado inesquecível...

16.5.07

Um ano de Era do Gelo

Maio de 2006 não foi um maio qualquer em minha vida (digo minha pois as datas do Maurício foram outras). Há um ano eu pedia demissão do trabalho, começava o aviso prévio e criava este blog.

E pensar neste primeiro ano de "Era" me fez voltar lá para trás meio que em uma retrospectiva e sentir que, apesar de todos os sacrifícios e esforços devotados ao projeto, estou cada vez mais certa do que fiz. Neste maio também comemoramos 8 meses de Canadá e claro que temos altos e baixos afinal de contas seria mentira se dissesse que é fácil lidar com as consequências emocionais de "largar tudo" e começar tudo do zero, principalmente neste primeiro ano.


A Luly bem escreveu certa vez em seu ótimo blog que para realizar este sonho de imigrar nós primeiro temos que dar alguns passos para trás para só depois de algum tempo (e aí varia de pessoa para pessoa mas em média pelo menos de um a dois anos eu diria) darmos os passos para frente novamente. Digo materialmente e profissionalmente falando pois em qualidade de vida demos zilhões de passos para frente sem dúvida nenhuma.

Aí lembrei-me do que gostaria de compartilhar com aqueles que estão se preparando aí no Brasil para este gigante projeto. O verdadeiro dia "D" do imigrante acontece quando se pede demissão (no meu caso de um ambiente de trabalho que sempre gostei muito e não tinha a menor intenção de deixar tão cedo não fosse o sonho maior de estar aqui) . Aí sim oficialmente começa a saga e a "ficha cai". Daí o nascimento do "Era" em maio de 2006.

Este blog nunca teve e continua não tendo pretensão nenhuma de ser algo didático ou até o que se pode considerar uma prestação de serviço. O Era nasceu da combinaçao entre a minha paixão por escrever e a praticidade em deixar os familiares e amigos informados sobre nossa vida no Canadá. Portanto, aqueles que vem me acompanhando neste tempo já devem ter percebido que realmente se trata de um "diário" (no formato e não na frequência) onde eu venho aqui ao menos uma vez por semana escrever um pouco sobre meus sentimentos, sacrifícios, momentos e afins.

Hoje, o que começou como o meu "querido diário" acabou por me proporcionar uma deliciosa experiência em receber comentários e até mesmo elogios de pessoas que eu sequer conheço. Além de poder ter conhecido pessoalmente os novos amigos daqui. Gostaria de aproveitar o primeiro aniversário do Era para agradecer aos carinhosos comentários e elogios que recebo sempre.


E quando perguntada se ao deixar tudo para trás no Brasil (trocando o certo pelo incerto) não deu uma pontinha de dúvida quanto ao que estávamos fazendo a resposta só pode ser uma - Dar, até deu mas não queriamos viver nossas vidas com a insuportável presença do "SE"... Fizemos um trato de não chegar aos 60 um olhando para o outro tentando imaginar como teríamos nos saído se tívessemos feito o que realmente queriamos enquanto ainda tinhamos força e juventude para tal! E isso é o que nos mantêm firmes e fortes na nossa luta por aqui, não carregamos o SE conosco!

10.5.07

Conhecendo a MPC

Mesmo antes de deixar o Brasil, já curtia e conhecia um pouco de MPC mas agora que moro no Canadá ficou bem mais gostoso e fácil entrar em contato direto com bons nomes do gênero.

E antes que alguém pense que estou falando sobre algo de comer, vou logo explicando que MPC é o apelido carinhoso que dei para denominar todo cantor (a) e banda de origem Canadense, vulgo Música Popular Canadense.

Ainda em solo Brasileiro ouvia alguma MPC mas sempre aquelas mundialmente conhecidas como Avril Lavigne (meu lado adolescente skatista de ser) e Rush (o Rock'n Roll que nunca morre dentro de mim).

Sem falar em uma das minhas bandas favoritas (muito famosa aqui em Toronto - afinal os caras são daqui - mas muito pouco conhecida no Brasil) que me foi apresentada pela Bruna : o Barenaked Ladies (Bruninha, sempre levarei comigo suas deliciosas sugestões musicais de bandas antes para mim desconhecidas e mais alternativas. Até hoje quando quero me animar ligo o som bem alto no Millencolin e é tiro e queda!).

Sim, sou com música assim como sou com culinária, cerveja e povos do mundo - adoro experimentar/conhecer. Mesmo que seja para depois chegar à conclusão que não é para mim. E foi em uma de minhas andanças pelos bastidores da TV Canadense que tive o privilégio de conhecer a Feist (cantora Canadense dona de uma voz de veludo que acaricia os ouvidos!) e assistir à passagem de som que ela fez com sua banda para entrar ao vivo no Breakfast TV (acordar às 5 da manhã para trabalhar tem suas vantagens!).

O som da Feist é para quem curte uma mistura de jazz, bossa nova e algo que chega perto de um indie rock. Embora alguns críticos tenham dito que no álbum Reminder (lançado no país todo esta semana, daí a ida para a TV) há muitas músicas que os amantes do gênero chamariam de mais suaves e os que já não gostam muito diriam que dão sono (tudo é uma questão de interpretação e gosto), eu gostei bastante da moça - digo do som dela e sua banda.

Quem gosta de Norah Jones (Leslie, adivinha em quem eu pensei enquanto assistia a passagem de som?) certamente vai gostar da Feist. Fica a dica de mais uma MPC para os leitores do Era que também é cultura - totalmente parcial mas é! Bom fim de semana à todos!



6.5.07

Nos bastidores da TV Canadense

Esta semana está fazendo dois meses e duas semanas que estou trabalhando na Parallel Communications (agência de comunicação e assessoria de imprensa no Brasil e Public Relations agency por aqui). Profissionalmente falando, a experiência tem sido muito valiosa pois embora o trabalho em si seja o mesmo que exercia no Brasil, o conhecimento da mídia canadense e dos contatos que surgem com ele só acontecem trabalhando por aqui.


E por conta de ossos do ofício, já comecei as minhas andanças pelos estúdios de TV Canadense acompanhando cliente em gravação de entrevista/matéria. Em dois meses de trabalho acompanhei três produções em duas emissoras diferentes.Todo assessor de imprensa sabe como isso é natural e parte rotineira do trabalho. Entretanto, o curioso é que no Brasil como a minha carreira nos últimos 4 anos estava mais focada para comunicação empresarial (dentro da Johnson & Johnson), o meu dia a dia estava muito mais ligado aos jornais de negócios e revistas de beleza.

Fiz muita TV quando trabalhei em agência mas sempre acompanhando a equipe no local do evento (os desgastantes links do Bom dia SP que tiravam todo assessor de imprensa da cama antes das 5 da manhã) mas isso há mais de 5 anos. O que está acontecendo aqui no Canadá é muita gravação e link (sim, aqui também já saí da cama 5 da manh para acompanhar cliente no BT ao vivo) direto no estúdio. Ok. Até aí tudo normal e rotineiro para o assessor de imprensa mas apenas para o assessor de imprensa.

Já havia me esquecido deste fascínio que a TV exerce nas pessoas, inclusive nos Canadenses. Uma das entrevistas ao vivo que acompanhei foi no Breakfast Television (o programa daqui que tira o assessor de imprensa da cama às 5 da manhã) em uma segunda-feira e por conta disso passei um e-mail avisando os professores do CanEX que faltaria da aula (durante o placement você precisa frequentar a escola toda segunda-feira ao invés de ir ao trabalho, ou seja, você trabalha 4 dias e vai para a escola 1) porque estaria em estúdio.

Pois bem, na segunda seguinte quando voltei para a escola fiquei sabendo que os professores tinham passado um aviso para a escola inteira (aqueles de auto-falante sabe?) informando que uma das "estudantes" estaria na TV. Resultado: tive que dar uma palestra sobre como tudo funciona em uma gravação no estúdio e tudo mais. Entretanto, o mais hilário mesmo foi a alegria e o entusiasmo com que os professores chegavam para mim e perguntavam: "Você conheceu o homem do tempo?? falou com o Frankie e com a Dina (os apresentadores)? Eu os assisto toda manhã!"

Pareciam crianças empolgadíssimas querendo saber todos os detalhes! E eu na naturalidade de todo assessor de imprensa respondi que sim que havia conversado com todos eles (confesso que por dentro estava também controlando a minha própria empolgação com tudo isso pois apesar de 8 anos fazendo isso no Brasil e conhecendo todos os famosos de lá também , agora é bem diferente em outro país, outro idioma, etc). Isso foi na primeira vez que fui para a TV.

Na segunda vez que fui para o mesmo programa, apareci em um rápido lance nos bastidores (os apresentadores tem mania de conversar com quem está nos bastidores - produção e assessores que estão acompanhando os entrevistados), o meu marido me viu na TV e falou no trabalho dele. Ah! foi o mesmo furduncio , a companheira de trabalho dele entrou na internet e baixou o video do dia. A TV realmente exerce um fascínio muito grande nas pessoas acho que por parecer algo meio inatingível, como se os apresentadores e repórteres destes programas não fossem humanos ou sei lá.