26.9.10

Dois por dia escolhem o Canadá como lar

Está no jornal O Estado de São Paulo de hoje : "Dois por dia escolhem o Canadá como lar". Os números apresentados na matéria mostram bem o que eu já havia reparado apenas no meu cotidiano no bairro onde moro há quatro anos. Quando cheguei, em 2006, quase não encontrava brasileiros por aqui. De um ano para cá é bem mais fácil ouvir o português no mercado, na rua, na farmácia...

20.9.10

4 anos no Canadá - parte III

Continuando a série de comemorações dos meus 4 anos aqui no Canadá segue o terceiro vídeo dos melhores momentos! Estranhamente hoje não estou inspirada para divagar então ficam só as imagens mesmo. Quem sabe na quarta parte volto o meu lado "espelho" e eu volte a refletir:) Nesse vídeo tem um pouco de viagens que fizemos a Montreal, Nova York, Washington e a visita super especial que recebemos do Brasil, nossa grande amiga irmã Leslie Diorio.






14.9.10

4 anos no Canadá - parte II

14 de setembro de 2006, por volta de sete horas da manhã no aeroporto internacional Pearson em Toronto, Canadá. Duas pessoas, quatro malas e o frio na barriga do aeroporto de São Paulo só fez aumentar. É real, ou melhor, surreal! Agora estávamos em solo canadense. Quanta coisa ainda estaria por vir! Boas, ruins, reais, surreais, tristes, felizes, amargas, frustrantes, desgastantes, impactantes, consternantes, maravilhosas, surpreendentes e a lista segue... Tudo veio mesmo e a uma velocidade desconcertante! Muitas vezes tudo ao mesmo tempo.

Como disse na primeira parte da série, deve ser essa a beleza de tudo e deve ser também esse o tipo de experiência que almas desapegadas buscam quando deixam a sua terra. Aliás, ninguém deixa. Nada deixa. Tudo é tão impermanente nessa vida que nada fica. Ilusão achar que deixamos algo ou que temos algo. Nada em essência material fica. Ficam os momentos vividos, mas nem esses devem ficar tão fortemente guardados dentro de nós a ponto de valorizarmos o saudosismo. Sigamos em frente. Para onde vou? Só deus sabe, diria o caboclo.

Frio? Idioma? Comida? Distância da família? Lembro-me como se fosse ontem quando cada um que sabia do que estávamos prestes a fazer me perguntava. Imagina! Quatro anos depois, sei que frio se aquece, idioma se estuda, comida se adapta e distância se encurta com imaginação, carinho no coração e com a ajuda do skype e do avião de vez em quando é claro. Isso tudo é o de menos. O negócio é que a experiência de expatriado é tão profunda que altera sua alma, seus valores, seus conceitos. Inquieta eu diria.

Há um provérbio checo que diz "aprenda um novo idioma e adquira uma nova alma". Muito verdadeiro se apenas você ficasse na sua terra estudando qualquer que fosse o idioma em uma escola particular qualquer. Agora imagine viver em uma outra terra! Se aprender um outro idioma traz uma nova alma, viver em outra terra traz essa nova alma à vida!

Eita, já divaguei demais! É que essa semana estou fazendo uma retrospectiva e com isso vem a divagação:) Eis o segundo slide das 300 imagens selecionadas da saga. E para não perder o hábito de reverenciar meu eterno ídolo Arnaldo Antunes eis uma de suas pérolas criativas que eu mais gosto: "tudo isso vem, tudo isso vai... pro mesmo lugar de onde tudo sai..."

13.9.10

4 anos no Canadá - parte I

13 de setembro de 2006, nove horas da noite no aeroporto internacional de Guarulhos, São Paulo - Brasil. Duas pessoas, quatro malas de roupas e só. Só não! Frio na barriga, medos, sonhos, angústias, inquietações e principalmente muita alegria por saber que aquele vôo nos levaria ao primeiro dia do que acreditava ser a realização de um sonho, um projeto longamente planejado. Acredito ainda. Embora 4 anos de vivência mudam bastante a ótica das coisas.

Certamente que não sou mais a mesma pessoa. Ninguém é. Após 4 anos de uma experiência como deixar a pátria mãe ninguém sai imune. Nunca mais serei a mesma. Ninguém será. Nunca mais enxergarei o mundo com as mesmas lentes. Mas não é exatamente aí que está a beleza disso tudo? Sim, claro! E qual motivo, ou melhor motivos?

ANO I (fase lua de mel/turista) O encantamento e a descoberta do novo;
ANO II (realidade da descoberta) A adrenalina dos primeiros desafios mais pesados e a descoberta de uma força interior que nem mesmo você sabia que possuía;
ANO III (realidade nua e crua) com o verdadeiro conhecimento que só o amadurecimento de idéias e experiências traz chegam as primeiras decepções, revoltas e incomformismos.
ANO IV (poeira baixando) uma vez tendo a exata e real noção do que de fato é possível ou não, a poeira se assenta e inicia-se uma nova fase. A fase do balanço. Quanto pesa cada situação vivida? O que estamos dispostos a vivenciar dentro daquela realidade? E mais tantas perguntas ainda por serem respondidas ou não.
ANO V (balanço geral-conclusão da análise). Apesar de eu não ter vivido o quinto ano ainda, tenho certeza que esse acaba sendo um período das análises mais profundas e das conclusões mais benéficas para nós mesmos enquanto expatriados. Até porque apenas depois desses cinco conseguimos enxergar tudo com o distânciamento necessário para entendermos algo e sem o excessivo encantamento natural do começo que cega tudo.

E para comemorar os meus quatro anos por aqui e agradecer a todos que de alguma maneira, direta ou indireta, pessoalmente ou virtualmente, fizeram com que essa experiência transformadora se tornasse mais rica e mais suportável (nos momentos mais duros) , selecionei 300 imagens (divididas em 4 slides de 5 minutos cada para não cansar os que tiverem a paciência para ver) que publicarei aos poucos por aqui.

Muitos que me leem e que ainda não estão por aqui não estarão nas fotos mas eu deixo desde já o meu mais profundo agradecimento a cada palavra de carinho e cada comentário que me ajudaram muito nestes últimos anos. Esse espaço é o meu divã acreditem! Já quem está aqui e chegou mais ou menos junto comigo, pode procurar que você está aí em uma das imagens. O meu muito obrigado a cada um de vocÊs sem os quais nada do que vivi teria tido tanta cor!




10.9.10

Terapia celular

Faz tempo que não uso esse espaço como terapia em grupo! Mas preciso desabafar:) Serei eu um ser de outro planeta ou o mundo está muito conectado no celular? Nunca tive uma boa relação com esse aparelhinho tão amado por muitos. Sei de gente que leva até para o banheiro e para a academia, praticamente um outro membro do corpo da pessoa. Já euzinha affe... se eu lembrar de recarregar o bichinho de vez em quando já faço muito!

O pior é que essa minha relação mal resolvida com o celular não vem de hoje. Não é porque agora tenho o Arthur e mil tarefas a mais por dia para cumprir não. E olha que a minha formação é em jornalismo, trabalhei mais de dez anos com comunicação empresarial, sempre tive celular mas sempre encarei como obrigação do trabalho e coisa e tal. Acho que só comprei meu primeiro startac da motorola justamente porque o trabalho me obrigava. Hoje, o trabalho não me obriga. O meu filho não precisa de celular para me dizer se quer mamar ou coisa do gênero:)

E a coisa só piora! Deve ser trauma de infância não é possível! Aí os amigos sofrem (né Kati e Luly?). Dia desses rimos muito porque uma delas ficou tentando me ligar desde o meio dia e só conseguiu falar comigo lá pelas sete da noite. Disse ela que na primeira hora achou que eu estivesse no metrô, sete horas depois quando finalmente atendi ela me perguntava se eu ainda estava no metrô:) Resumo, eu tinha saido passear e deixado o celular em casa, no vibra. Aí fica difícil né?

Eu juro que tento melhorar. Não quero chegar ao estágio ultra dependente mas já me contento se algum terapeuta me ajudar a conseguir lembrar que o bichinho existe e passar a carregar mais vezes comigo para cima e para baixo. É engraçado e trágico ao mesmo tempo. O engraçado é que o mesmo não acontece com outras mídias. Tenho blog, perfis nos facebook e orkut da vida e e-mail. O negócio é com o telefone mesmo. Então fica aí a dica. A maneira mais fácil de falar comigo mesmo é o e-mail que checo várias vezes diariamente. Ah, e caso você tente me ligar já vou logo avisando que passo váaaaaaarias horas por dia dentro do metrô:)